Preste atenção nesses sinais: ardência da visão, lacrimejamento, vermelhidão e até a perda da visão, em alguns casos.
Muitos alertas têm sido feitos por autoridades sanitárias e pela mídia em todo o mundo sobre os riscos da varíola dos macacos (ou monkeypox). Pouco, no entanto, é divulgado sobre os riscos que a doença causa à visão, de acordo com o oftalmologista Marcelo Vilar, especialista do Hospital de Olhos do Paraná. Ele alerta para sinais e sintomas importantes que precisam ser avaliados por um especialista: ardência da visão, lacrimejamento, vermelhidão e até a perda da visão, em alguns casos.
Por ordem de lesões provocadas pela varíola dos macacos na visão aparecem: aumento dos gânglios linfáticos (75%), blefarite, que é a inflamação na borda das pálpebras (30%); conjuntivite (30%), formação de vesículas na órbita e ao redor dos olhos (25%), fotofobia ou aversão à luz (22%), lesão foco conjuntival (17%), inflamação na córnea (3 a 7,5%), úlcera na córnea (4%) e a perda da visão (10% das contaminações primárias e 5% nas contaminações secundárias).
Crianças, imunossuprimidos e mulheres gestantes estão entre os principais fatores de risco para os problemas oculares relacionados a essa forma de varíola, acrescenta. Uma avaliação oftalmológica minunciosa, de acordo com o Dr. Marcelo é fundamental para minimizar o sofrimento de pacientes portadores da varíola dos macacos. Somente com a consulta, bem como exames complementares, o especialista saberá orientar qual a terapêutica mais indicada ao paciente.
Outros sintomas comuns descritos na literatura médica são febre, dor de cabeça, dor no corpo, calafrios, caroços no pescoço, axila e virilhas, cansaço e bolhas pelo corpo. A contaminação acontece a partir do uso de objetos compartilhados por pessoas infectadas. Em alguns casos raros, a transmissão se dá pelo ar ou por gotículas de saliva ao conversar, mas a forma mais comum é o contato pela pele. Como medidas preventivas, sugere-se a lavagem das mãos com frequência, evitar levá-las aos olhos, manter os olhos lubrificados, evitar a automedicação e, o mais importante, procurar ajuda médica.
Epidemiologia
Diante da mudança do cenário epidemiológico global, com a disseminação da doença para 72 países e com 14.533 casos confirmados, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), em 23 de julho de 2022.
Elevou-se para nível de atenção sobre a doença e foi recomendado a necessidade de ampliação das capacidades de vigilância e medidas de saúde pública para contenção da sua transmissão nos países.
Ainda em julho, em 29 de julho de 2022, o Ministério da Saúde mobilizou o Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública Nacional (COE) Monkeypox, objetivando organizar de forma coordenada a atuação do SUS para resposta à doença no País e assim fortalecer a vigilância e adotar as medidas de prevenção e controle para a contenção da emergência nas três esferas de gestão.
Fontes: Organização Mundial da Saúde e Ministério da Saúde