A estação pode desencadear alergias oculares, ceratocone e conjuntivites
Já estamos na primavera, que teve início neste dia 22. Nem tudo, porém, são flores durante a estação mais colorida do ano. É o período em que aumenta o número de casos de problemas de visão, alerta o Dr. Marcelo Vilar, oftalmologista do Hospital de Olhos do Paraná.
Na primavera, segundo o especialista, há uma grande quantidade de pólen do ar, fator responsável por desencadear entre outros problemas, a alergia ocular, a conjuntivite alérgica e casos de ceratocone.
As alergias oculares
O Dr. Marcelo explica que a alergia ocular pode provocar nos olhos irritação, coceiras, vermelhidão (hiperemia), ardência, lacrimejamento, entre outros sintomas.
De acordo com dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), a alergia ocular atinge de 15 a 20% da população mundial, afetando as pálpebras e a córnea.
As alergias oculares se caracterizam como reações alérgicas que atingem os olhos ou estruturas próximas aos olhos. As reações alérgicas funcionam como uma resposta ao sistema imunológico do corpo a uma determinada substância: alérgeno.
Existem vários sinais e sintomas indicativos de que uma pessoa está com alergia ocular. Os principais, explica o Dr. Marcelo, são: olhos vermelhos, inchados e com coceira. Também há lacrimejamento e uma maior sensibilidade à luz.
O tratamento é feito com colírios específicos e medicações. Porém, fica o alerta. Cada caso deve ser avaliado individualmente. Portanto, evite a auto-medicação. O problema não tem cura, mas pode ser controlado com o tratamento adequado.
As conjuntivites
A conjuntivite é a inflamação da conjuntiva – uma membrana que recobre a parte branca dos nossos olhos. A conjuntivite alérgica sazonal é a mais comum na primavera. Ela está relacionada com a polenização das árvores, plantas e da grama.
Os principais sintomas dessa forma de conjuntivite são coceira nos olhos, secreção, produção de lágrimas em excesso. Os olhos ardem ou sentem desconforto com luz forte, além de ficarem vermelhos e até inchados.
A conjuntivite alérgica não é contagiosa, porém o tratamento é individualizado e deve ser feito pelo oftalmologista. E, sim, existe como prevení-la. Evite passar muito tempo próximo a jardins, faça uso dos óculos escuros, especialmente se você depende das lentes de contato.
Não cuidar devidamente da conjuntivite alérgica, adverte o Dr. Marcelo, pode provocar sérios problemas à visão, tais como cicatrizes, olho seco e, inclusive, o ceratocone, doença que provoca o encurvamento irregular da córnea e, por consequência, a redução progressiva da visão.
Dados do CBO comprovam que o ceratocone é a principal causa de transplantes de córnea no país, com um total de 13 mil desses procedimentos ao ano.
Ceratocone
Essa condição ocular, cuja incidência aumenta na primavera, também requer cuidados especiais, de acordo com o Dr. Marcelo. Ele explica que o ceratocone é uma disfunção que torna a córnea com formato cônico. Dados do CBO revelam que, a cada 10 transplantes de córnea, 7 são ocasionados por conta do agravamento do ceratocone.
Pessoas que não sabem que são portadores de ceratocone devem, obrigatoriamente, passar por consulta com o oftalmologista, adverte o Dr. Marcelo. De maneira geral, segundo o especialista, deve-se evitar coçar a córnea, o que pode alterar a sua estrutura e provocar a evolução da doença.
Ceratoconjuntivite
Existe um problema ocular mais grave que também surge na primavera, de acordo com o Dr. Marcelo. É a ceratoconjuntivite primaveril (uma forma de conjuntivite alérgica cujo estimulante é desconhecido).
Ocorre principalmente entre homens na faixa etária entre os cinco e os 20 anos; entre pessoas que sofrem de eczema, asma ou alergia sazonal; e reaparece a cada primavera, desaparecendo nas demais estações.
Os seus principais sinais e sintomas são vermelhidão e inchaços. O tratamento da ceratoconjuntivite, bem como da conjuntivite primaveril, dependerá da orientação do seu oftalmologista.