O que causa o Pterígio?
O pterígio é mais comum em pacientes com muita incidência de luz solar, próximos da linha do equador, e em pessoas que trabalham expostas ao sol (pescadores, trabalhadores rurais etc). Ocorre com mais frequência em homens a partir dos 25 anos.
Pelo que foi dito acima, podemos ver que o principal fator de risco para o surgimento do pterígio é a luz solar. Mas também há um fator genético, individual. Ou seja, pessoas que ficam muito expostas ao sol, não desenvolvem o pterígio enquanto outras que morar em locais mais frios, ficam mais dentro de casa, acabam desenvolvendo essa alteração
Qual a evolução do Pterígio?
No começo, o pterígio é pequeno e só é possível ver pequenos vasos sanguíneos na região próxima a córnea. Com o tempo, o pterígeo fica mais grosso, os vasos mais calibrosos e o tecido avança sobre a córnea, em direção ao centro, a pupila. Quando o pterígeo atinge ou chega perto da pupila ele já começa a afetar a visão. Essa evolução é lenta, ao longo de meses ou anos.
Quais os sintomas do Pterígio?
O principal sintoma do pterígio é a vermelhidão do olho. Essa vermelhidão é principalmente no canto do olho, próximo do nariz. Além disso, também ocorre ardência, lacrimejamento, fotofobia, dificuldade em manter os olhos abertos na claridade e sensação de areia nos olhos.
Pterígio pequeno
Pterígio de tamanho médio
Pterígio grande, já atingindo a pupila
O pterígio pode prejudicar a visão ?
Sim. O pterígio pode prejudicar a visão de duas formas. A primeira é tracionando a córnea e consequentemente, distorcendo a formação das imagens. A outra forma é quando ela tampa o eixo visual, isto é, cobre a pupila (também chamada de “menina dos olhos”). (veja as fotos acima)
Qual é o tratamento do Pterígio ?
O tratamento do pterígio nas formas iniciais é apenas com colírios lubrificantes e/ou vasoconstritores para aliviar os sintomas e diminuir a vermelhidão. Mas quando a doença aumenta, o único tratamento possível é a cirurgia.
Como é a cirurgia do pterígio ?
A cirurgia do pterígio é feita em centro cirúrgico, com anestesia local (ou seja, a pessoa fica acordada e não recebe anestesia geral), dura em média 15 a 30 minutos, e a pessoa vai para casa no mesmo dia e com curativo no olho. Nos primeiros dias, o olho fica vermelho e irritado e com o uso dos colírios vai voltando ao normal em algumas semanas.
imagem mostrando a retirada do Pterígio durante a cirurgia
Existem várias técnicas para a cirurgia do pterígio. Em todas elas, realiza-se a retirada total do pterígio, a diferença é no que é colocado no local aonde havia o pterígio. Na técnica mais simples, não coloca-se nada no local. Na técnica mais utilizada coloca-se uma parte de conjuntiva retirada de outro local do olho (transplante de conjuntiva). Em outra técnica, coloca-se um tecido chamado membrana amniótica (transplante de membrana amniotica) que é um tecido retirado da placenta e processado em laboratório especializado.
A colocação desses tecidos ou enxertos (conjuntiva ou membrana amniótica) visa diminuir a chance do pterígio voltar.
Uma técnica antiga que não tem sido mais utilizado para a cirurgia do pterígio é a betaterapia. Por muito tempo ela teve seu papel mas pelas complicações existentes foi substituída pelas técnicas mais modernas.
Pterígio antes da cirurgia e 1 dia depois da cirurgia
Pterígio após da 6 meses da cirurgia
É preciso dar pontos na cirurgia de Pterígio?
Em geral é neccessário dar pontos na cirurgia de pterígio, para fixar os “enxertos” (conjuntiva ou membrana amniótica) colocados. No entanto, em alguns lugares, já é usado uma cola biológica que gruda esses enxertos e evita a necessidade dos pontos. Isso é a cirurgia de pterígio sem pontos.
No vídeo abaixo é possível ver uma cirurgia de pterígio. A cirurgia não foi feita por nós, mas é possível ver a retirada do pterígio, a retirada da conjuntiva sadia que vai ser usada como transplante e a sutura com pontos.
O Pterígio pode voltar?
Sim, o pterígio pode voltar mesmo após a cirurgia. Por isso é importante a realização dessas técnicas mais modernas com colocação de membrana amniótica ou o transplante conjuntival. O uso da mitomicina C também diminui a chance do pterígio voltar após a cirurgia.