Nesta quinta-feira (26) é lembrado o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma.
A data se faz necessária, de acordo com o Dr. Marcelo Vilar, oftalmologista do Hospital de Olhos do Paraná, porque o glaucoma é a principal causa de cegueira irreversível no mundo.
Estudos comprovam que existe uma prevalência de aproximadamente 80 milhões de vítimas de glaucoma em todo o planeta. Até 2040, mais de 110 milhões de pessoas podem ser afetadas pelo mal. Somente no Brasil, de acordo com dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, existem mais de 1,5 milhão de pessoas com a doença.
Pelo menos a metade das vítimas do glaucoma não está em tratamento, adverte o Dr. Marcelo. Um dos motivos, acrescenta, é o de que a doença não apresenta sintomas, é “silenciosa”. O outro, na opinião do médico, é que com a pandemia do novo coronavírus, muitos pacientes deixaram de realizar exames oculares periódicos, o que garantiria o tratamento e o controle precoce.
A lesão provocada pelo glaucoma ocorre da seguinte forma, explica o Dr. Marcelo: os nossos olhos contêm um fluído conhecido como humor aquoso (que fornece nutrição às estruturas internas) e é produzido atrás da íris (a parte colorida dos olhos). Posteriormente, ele é drenado por meio de uma estrutura que fica na parte da frente do olho, semelhante a uma peneira, a malha trabeluclar.
Quando existe o aumento da pressão intraocular (PIO), existe o risco de o problema danificar a cabeça do nervo óptico (localizada na parte superior dos olhos) e, assim, prejudicar a comunicação entre o olhos e a parte do cérebro responsável pela visão.
Em outros casos, a pressão intraocular pode ser relativamente normal, mas o glaucoma ocorre devido à incapacidade do olho em lidar com o estresse mecânico no local onde as fibras nervosas deixam os olhos ou mesmo devido ao suprimento insuficiente de sangue para essas mesmas fibras.
Na maioria dos casos, conforme expusemos anteriormente, o glaucoma evolui silenciosamente. Os pacientes so perceberão a presença da doença em seus estágios avançados, quando surgem anormalidades visuais. Entre elas, dores de cabeça, fotofobia (sensibilidade à luz), enjoo e dor ocular intensa.
A boa notícia, segundo o Dr. Marcelo, é que existem formas de se tratar o glaucoma. Primeiramente, acrescenta, o paciente não pode perder tempo. Deve procurar o oftalmologista para a consulta periódica. Neste momento, ele será submetido a exames tais como a tonometria de aplanação (para a tomada da pressão intraocular), o de fundo de olho (para avaliar se já existe lesão do nervo óptico), gonoscopia (para classificar o tipo de glaucoma) e o de campo visual (para avaliar se há perda do campo visual).
Dependendo da evolução da doença, é possível controlá-la por meio de colírios específicos, que só podem ser prescritos pelo oftalmologista. O seu uso continuado e monitorado ajudará a manter o controle da pressão do olho.
Outra forma de tratamento é a cirurgia, que tem por objetivo o controle da pressão interna do olho, para evitar a rápida progressão das lesões provocadas pela doença. Mas fica o alerta: a cirurgia não melhorará a visão já afetada pela lesão do nervo óptico.
Mas e como uma pessoa pode saber se é mais propensa a apresentar glaucoma? Um fator de risco muito importante, de acordo com o Dr. Marcelo, é a história familiar. Estatísticas comprovam que um a dois por cento da população acima dos 40 anos pode apresentar glaucoma. Além disso, certos medicamentos podem provocar o aumento da pressão intraocular. Daí a importância da visita constante ao oftalmologista, reforça o Dr. Marcelo.
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