Em 10 de Novembro é lembrado o Dia Mundial do Ceratocone, doença ainda caracterizada por mitos e pela desinformação. A condição oftalmológica ocorre quando a córnea (a primeira camada dos nossos olhos, que funciona como uma película de proteção) fica cônica, em formato de um cone. É um problema ocular de origem genética que não tem cura. Por isto, é importante o portador realizar o diagnóstico e o tratamento precoces.
Estatísticas do Conselho Brasileiro de Oftalmologia apontam que uma em cada duas mil pessoas no país têm ceratocone. O hábito de coçar os olhos pode agravar a doença, porque altera uma estrutura da córnea denominada colágeno. A doença é mais comum da córnea. Surge entre os 13 e 18 anos e tende a se estabilizar aos 40. Em todos os casos atinge os dois olhos, tanto em mulheres, quanto em homens, em igual proporção.
De acordo com o Dr. Marcelo Vilar, oftalmologista com 18 anos de experiência e 22 mil cirurgias realizadas na especialidade, pessoas com ceratocone enxergam de forma distorcida, o que pode ocasionar miopia e astigmatismo. Por essas peculiaridades, o ceratocone, em determinadas fases, acaba sendo confundido com outros problemas de visão.
Um dos principais mitos relacionados ao ceratocone é o de que ele pode provocar a cegueira. A boa notícia é que existem diferentes formas de tratamento, em diferentes fases do ceratocone, que permitem ao paciente ter boa qualidade visual. Tudo dependerá da avaliação médica feita pelo oftalmologista. O importante, alerta o Dr. Marcelo, é que haja diagnóstico e tratamento precoces.
Opções de tratamento.
- Óculos: são prescritos, geralmente, nos primeiros dias da doença.
- Lentes de contato: opção terapêutica para casos nos quais os óculos já não oferecem a acuidade visual adequada.
- Crosslinking: é uma moderna opção cirúrgica realizada na córnea que tem o potencial de deter a progressão do ceratocone, evitando a deterioração da visão e um possível transplante de córnea.
- Anel de Ferrara: procedimento a laser que melhora a esfericidade da córnea e, como consequência, a qualidade visual.
- Transplante de córnea: é o último recurso, permitindo a recuperação da visão.
O Hospital de Olhos do Paraná, onde o Dr. Marcelo atua, é um dos centros de referência em todas as áreas da Oftalmologia no Brasil. E foi um dos primeiros a implantar em sua rotina o transplante de córnea a laser, empregando a tecnologia do Femtosegundo, em 2013.
O Femtosegundo oferece maior possibilidade de personalização do corte de acordo com a indicação e a doença e, consequentemente, propicia recuperação mais rápida do que pela técnica tradicional manual.