Cerca de 50 milhões de brasileiros sofrem algum tipo de distúrbio visual, segundo dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). Destes, por algum motivo, mais de um 1,2 milhão perderão a visão. Estudos comprovam, por outro lado, que cerca de 60% desses males são tratáveis.
A pessoa precisa ter a chance de um diagnóstico e de um tratamento precoce, para manter boa qualidade de visão, alerta o Dr. Marcelo Vilar, oftalmologista do Hospital de Olhos do Paraná, por ocasião do dia 10 de julho, data em que é lembrado o Dia Mundial da Saúde Ocular.
O primeiro passo para se garantir uma boa saúde ocular, segundo o especialista, é cultivar hábitos saudáveis para proteger os olhos. O segundo é procurar um oftalmologista periodicamente ou tão logo ocorram desconfortos, sinais ou dores persistentes de algum problema ocular. De acordo com o médico, seguem algumas das principais doenças da visão, bem como os seus sinais e sintomas.
Catarata
Doença caracterizada pela perda de transparência (opacidade) do cristalino (lente localizada atrás da íris), a catarata pode ser classificada como secundária ou senil. A catarata secundária pode estar relacionada a inúmeros fatores, tanto oculares quanto problemas sistêmicos; a catarata senil ocorre devido ao envelhecimento natural do cristalino. Segundo o CBO, 85% das cataratas são classificadas como senis, com maior acometimento na população acima de 50 anos.
Por se tratar de uma doença progressiva, somente a facectomia, cirurgia de substituição do cristalino, gera resultados efetivos e definitivos para a recuperação da visão. Ao notar qualquer sinal de embaçamento na visão, dificuldade para dirigir à noite por conta do brilho dos faróis, visão com feixes de luz e sensação de melhora da visão ao aproximar os objetos, com piora logo em seguida, é necessário buscar ajuda do oftalmologista.
Glaucoma
Essa doença desafia a medicina e é a principal causa de perda irreversível da visão. E isto se deve ao fato de o glaucoma ser silencioso. Quando surgem os primeiros sinais, o risco de o paciente ter importante perda da visão é iminente e definitivo., adverte o Dr. Marcelo.
Resumidamente, segundo ele, a doença surge quando o nervo óptico (uma espécie de fio telefônico com mais de um milhão de fibras) começa a apresentar danos. A informação deixa de percorrer de forma correta o trajeto entre o olho e o cérebro. De maneira gradual, lenta e imperceptível, surgem “pontos cegos”, que só serão percebidos depois de um dano considerável. Quando todo o nervo é destruído ocorre a cegueira, que é caracterizada por danos no nervo óptico que podem levar à perda total de visão devido ao aumento da pressão intraocular (PIO).
Conjuntivites e olho seco
As conjuntivites são caracterizadas pela inflamação da conjuntiva (membrana transparente e rica em vasos sanguíneos). Existem várias formas de conjuntivite, que podem aparecer também no inverno, quando o tempo fica seco e as pessoas têm maior contato com ácaros encontrados em roupas de frio. Colírios lubrificantes são importantes no curso do tratamento. Mas a indicação deve ser feita pelo oftalmologista.
O olho seco é outra doença visual típica do inverno. Estima-se que o número de casos aumente em 25% em comparação com outros períodos do ano. São sinais e sintomas, de acordo com o Dr. Marcelo Vilar: sensação de cisco no olho, queimação, ardor, sensibilidade à luz, embaçamento visual e olhos vermelhos podem ser indícios da Síndrome.