Cerca de três por cento dos bebês com Down apresentam algum tipo de condição ocular que, se não tratada, pode levar à cegueira. Além disso estima-se que, uma a cada 700 crianças que nascem no Brasil tem a síndrome. Os problemas visuais são muito recorrentes nestes pacientes, que precisam de acompanhamento oftalmológico periódico. As suas famílias, na maioria dos casos, não conseguem acesso ao atendimento por suas condições sociais e pela desinformação. Por conta desse cenário o 21 de março foi instituído como Dia Mundial da Síndrome de Down.
A Síndrome de Down é um distúrbio de origem genética que ocorre quando uma divisão celular anormal resulta em material genético extra do cromossomo 21. Sendo assim, pessoas com Down tem 47 cromossomos em suas células ao invés de 46, como a maior parte da população.
O Dr. Marcelo Vilar, médico oftalmologista do Hospital de Olhos do Paraná, estima que 50% das crianças e adolescentes com Síndrome de Down tenham dificuldades para ver de longe; e outras 20% para ver de perto. Algumas têm os canais lacrimais obstruídos, outras apresentam astigmatismo, catarata, inflamações das margens das pálpebras, estrabismo e ceratocone (uma deformação que torna as córneas com formato cônico).
Outras condições frequentes são o nistagmo (oscilações repetidas e involuntárias rítmicas de um ou ambos os olhos) e anomalias da íris (caracterizadas pelas manchas de Brushfield, que acometem cerca 40% dos pacientes com Down.
O que os pais precisam observar entre crianças com Down: alteração de comportamento olhar; não fixam nas pessoas e objetos; esbarram em móveis; tem desvio ocular (estrabismo).
A boa notícia é que crianças com Down podem ser tratadas de todas as condições mencionadas acima, por uso de óculos, tratamentos clínicos específicos ou intervenção cirúrgica. Para o êxito do tratamento, o Dr. Marcelo recomenda que exames oftalmológicos são essenciais. O primeiro diagnóstico já pode ser feito logo no nascimento; outro aos seis meses de idade; e após a cada dois anos.