Coçar ou esfregar excessivamente os olhos! Um hábito comum entre várias pessoas, mas que pode ter consequências sérias à visão. É quando surge uma uma alteração no formato da córnea denominada de ceratocone, que torna a córnea com formato cônico, atinge uma a cada duas mil pessoas e é marcada pela desinformação. Para alertar sobre os seus riscos, em 10 de novembro foi instituído como o Dia Mundial do Ceratocone.
O Dr. Marcelo Vilar, especialista em doenças da córnea e oftalmologista do Hospital de Olhos do Paraná, diz que o momento é importante para tentar convencer as pessoas de que não cocem os olhos, especialmente se tiverem familiares portadores de ceratocone, principal fator de risco ao surgimento da doença.
O especialista explica que o ceratocone é a doença mais comum da córnea. Não inflamatória, afeta a espessura e o formato da córnea, provocando a visão de imagens distorcidas e embaçadas. Surge entre os 13 e 18 anos e tende a se estabilizar aos 40. Em todos os casos, o ceratocone atinge os dois olhos, tanto em mulheres, quanto em homens, em igual proporção.
O diagnóstico do ceratocone é feito por meio de exames de imagem, que fazem uma análise da curvatura da córnea. Ceratocone não tem cura, mas a boa notícia, de acordo com o Dr. Marcelo, é a de que existem várias opções em tratamentos para controlá-la.
Sintomas
O principal sintoma do ceratocone é a visão borrada e distorcida tanto para longe quanto para perto. Acentuada baixa na visão proveniente do astigmatismo irregular (distorção da imagem causada pela alteração da curvatura normal da córnea); desconforto visual (sensibilidade à luz), dor de cabeça e fotofobia.
Óculos: quando o astigmatismo irregular ainda é baixo.
Tratamentos
Lentes de contato: existem vários modelos. A aplicação dependerá de diversos fatores. As lentes permitem a melhora da visão, mesmo em graus mais avançados, graças a avançadas técnicas e materiais. Porém, não evitam a sua progressão. O Hospital de Olhos do Paraná tem mais de 30 anos de experiência no implante com lentes de contato.
Anel intracorneano (anel de Ferrara): indicado aos pacientes que já apresentam intolerância às lentes. Permite a melhora da visão por meio da regularização da córnea. Diminui o astigmatismo, bem como a curvatura corneana característica do ceratocone. Somente o médico poderá determinar em quais casos é aplicável.
Crosslinking (ligação de colágeno de córnea com a riboflavina), este tratamento com laser serve para tentar estabilizar a doença. Atua no sentido de aumentar ligações covalentes entre as fibras de colágeno, com o objetivo de fortalecer a córnea. O Hospital de Olhos do Paraná é um dos centros mais tradicionais do país no tratamento do ceratocone por meio do Crosslinking.
Transplante de córnea: procedimento empregado quando nenhuma outra alternativa surtiu resultado. No Hospital de Olhos do Paraná esta cirurgia pode ser realizada empregando avançadas técnicas a laser, que propiciam a rápida recuperação do paciente.